Deixo Spellenrune pela primeira vez. Quando minha ausência for finalmente notada, já devo estar longe. Tudo que carrego é um mapa, uma algibeira com algumas esmeraldas e suprimentos para quatro dias de viagem a pé, juntamente com uma adaga que acredita-se ter pertencido ao próprio Malthus. Há algo gravado nela, mas ainda indecifrado. Uma linguagem rúnica antiga. O conhecimento sobre o significado destes símbolos foi varrido do mundo séculos atrás. Isto é a única herança que tenho.

Assim que me aproximo da fronteira, conversei com um grupo de fazendeiros e ouvi que o Rei Albano está preocupado além de seus limites com os eventos recentes. Ele teme que Mithaurian seja a última defesa do reino em Myridian, mas que está destinada à cair. Ele tem procurado respostas em seu alto conselho, mas eles estão tão desesperados quanto ele.

Mithaurian fica entre Spellenrune e Technokrest. Uma terra de guerreiros que separam o antigo do novo. Pretendo ficar uma noite lá para colher informações e conseguir montaria para que minha jornada continue no dia seguinte.

Algumas mudanças são notadas ao cruzar a fronteira. Pelo menos nas primeiras impressões. Os campos verdejantes de Mithaurian relembram o lugar onde cresci, um lugar distante em Spellenrune. A natureza é abundante e poucas construções estão a vista. Porém após me afastar da fronteira, ao invés de atravessar caminhos através de grandes bibliotecas e igrejas tudo que há para ser visto são arbustos densos e árvores. A luz de nossos três sóis parece desaparecer na escuridão. Se ao menos eu conseguisse lançar uma magia de iluminação… Este é o porque Mithaurian é conhecida por ser praticamente impenetrável! Toda vez alguém de outra civilização precisa entrar em Mithaurian um guia era encontrado na fronteira para mostrar o caminho. Talvez não tenha sido uma idéia tão boa vir sem ser anunciado. A floresta é escura e úmida e dá a impressão de que olhos espreitam cada movimento meu.

Eles não me incomodam, exceto por um par que parece estar em todos os lugares onde vou. As vezes muda de direção, como se tentasse me fazer mudar de caminho. Definitivamente não é uma criatura da floresta. Move-se rápido e nunca me deixa aproximar. Eu não tenho chances de sobreviver a um combate contra um agressor. Os Verge nunca foram guerreiros. Pelo menos, sendo aquela coisa o que fosse, manteve distância de mim por todo o caminho. Está me levando de alguma forma para a saída ou para uma armadilha… Observando de perto mas nunca muito perto.

Assim que terminei meu caminho para fora da floresta, são e salvo para minha surpresa, um soldado em patrulha gritou à distância perguntando quem eu era e quais eram meus assuntos em Mirhaurian, afinal as fronteiras estavam fechadas como medidas de segurança em tempos de guerra. Ele se aproximou enquanto comecei a falar. Mas após vislumbrar minha adaga presa ao cinto ele rapidamente sacou uma zarabatana e um dardo atingiu meu pescoço. Minha visão ficou borrada e confusão é tudo que há para se lembrar. E uma voz. Vinda da floresta. Aqueles olhos que me observavam lá atrás. “Seu tolo! Cesse seu ataque! Este é Nettor! Descend…”