Nos tomou sete dias na forja e quase todo o Starun que os technocratas conseguiram coletar para criar 21 Cristais Runa. O processo na verdade é simples mas leva tempo. Enquanto estávamos todos nesta tarefa, os engenheiros de Technokrest criaram novas máquinas para nos escoltar de volta à Mithaurian. A habilidade que eles tem em se adaptar e criar numa falha em me encantar. Não apenas foram capazes de transformar mais duas naves de colheita em planadores de batalha totalmente equipados, eles conseguiram aprimorar suas armas e estrutura através da energia do Starun. É algo relativamente novo, disseram eles, mas uma lasca de Starun pode substituir quase todo o combustível necessário e ainda aumentar a capacidade dos armamentos em 100%. Além do mais ele gera menos de 10% do calor comparado a armas convencionais. Eu ainda me pergunto se aprimoramento de armas é algo vital ou prioritário neste momento, mas com certeza facinou Hertanyth. Ele tem uma paixão pelo combate e armamento que não é típico para um Verge.

Durante nossos preparativos para a jornada de volta, Danta’ar nos trouxe um recipiente. Era feito de uma liga metálica que nenhum de nós já havia visto. Reluzia um azul prateado e era mais robusto que qualquer outro metal.

“Apenas agora nós identificamos traços de Starun nesta liga. Mas não temos pistas de como fabricá-la. Apenas começamos a aprender como usar a energia do Starun, mas criar uma liga metálica estável dele é praticamente impossível. Estamos trabalhando nisso mas os resultados não são muito promissores. E não podemos avaliar como este foi feito. Mas vocês podem usar esta caixa para selar Cristais Runa. Isso bloqueará as emissões de radiação de Starun, então as criaturas do deserto não poderão rastrear vocês. Nós acreditamos que eles sigam o rastro desta energia. Depois que a forja foi acesa eles tem sido vistos permeando nossos muros externos. Tememos que eles ataquem logo mais.”

E então deixamos nossos novos amigos para trás por um tempo e seguimos de volta à Mithaurian. Foi realmente uma viagem fácil e segura, e não precisamos de qualquer intervenção de nossos companheiros alados. Danta’ar devia estar certo sobre o que trouxe as criaturas do deserto contra nós na primeira vez. Aproximando-nos dos portões de Mithaurian fomos recebidos por Albano em pessoa e sua alta guarda completa. Foi a primeira vez que os vi em suas armaduras de combate. Grandiosos e imponentes, seus peitorais emanavam luz enquanto o sol os atingia. As naves permaneceram próximo aos limites onde estavam para patrulhar dia e noite, enquanto corremos para as criptas.

“Seu chamado pelos novos despertos em Spellenrune funcionou melhor do que você pode imaginar! Depois de vocês partirem nossos guardas avistaram alguns seres aventureiros e pouco nutridos como vocês perdidos dentro de nossa floresta. Eles carregavam seus folhetos e tremiam de medo a cada barulho que escutavam. Recolhemos todos eles e trouxemos para Mithauriam em segurança. Haviam 46 deles. E todos aguardam no castelo.” disse Albano.

Entrar na sala onde eles estavam foi um choque. A exposição à quantidades imensas de Starun mudou Hertanyth e eu de formas que ainda iremos entender. Nossas auras expandiram e se conectaram com todos aqueles Verge, ao ponto de conseguirmos encontrar entre eles um que não despertou ainda e estava ali apenas pela aventura. Porém quando chegamos, ele foi atingido pela verdade e se tornou pronto para se unir a nós.

Precisávamos de 21 de nós. Hertanyth e eu selecionamos aqueles que aparentavam mais fortes e com maior controle de suas recém adquiridas habilidades. Nós entramos na cripta. Albano fechou a porta de latão e se pôs em guarda do lado de dentro enquanto sua guarda fazia o mesmo do lado de fora. Vinte de nós se posicionaram ao redor da mesa, cada um em frente a uma abertura. Cada um deles estava munido de um Cristal Runa e eu portanto um para o altar. Nenhuma palavra foi dita mas todos em sincronia total abastecemos as aberturas com os Cristais Runa. O atril do altar estava iluminado por energia de Starun e escritas rúnicas apareceram na forma de energia pura. Era diferente agora. Os símbolos se transformaram em palavras quando olhava para eles. Aquele era o ritual que eu precisava executar. Enquanto ergui a adaga cerimonial e dizia palavras em uma lingua que não compreendia, um forte raio de luz veio da câmara dos retratos. Albano foi até lá e para nossa surpresa trouxe de volta o retrato de Carlo. Brilhava tão forte que era difícil ver a gravura. Suas mãos tremiam. Atravéz de muito esforço ele foi capaz de pendurar o quadro em uma coluna no fim do palco. Eu dei sequencia ao ritual. Assim que li o último símbolo, uma explosão de energia cegou a todos. Um estrondo ensurdeceu nossos ouvidos e todos menos Albano foram arremessados no chão pela pressão do ar. Nós aos poucos recuperamos nossos sentidos e o vimos, em pé sobre o palco. O Brilho Dourado. Seu rugido era ensurdecedor. “Por Myridian!” rugia.

“Saudações a todos vós Verge! Sou Carlo, o Brilho Dourado. O primeiro a ser invocado e o último a ser dispensado. Se fui trazido a esta terra mais uma vez, então o mundo está em apuros. Primeiro preciso colocá-los a par do que realmente os levou por este caminho no qual irei me juntar.”